
Shoghí Effendí Rabbání (1 de março de 1897 - 4 de novembro de 1957), normalmente chamado apenas por Shoghi Effendi, foi o Guardião da Fé Bahá'í de 1921 até seu falecimento em 1957.
Depois do passamento de ´Abdu'l-Bahá em 1921, a liderança da comunidade Bahá'í entrou em nova fase, passando de um único indivíduo para uma ordem administrativa estabelecida em "dois pilares", o da Guardiania e a Casa Universal de Justiça, funcionando como uma base executiva e outra legislativa.
Shoghi Effendi não é considerado como uma das Figuras Centrais da Fé Bahá'í. Os trabalhos realizados pelas Figuras Centrais constituem fonte da Fé Bahá'í, os escritos de Shoghi Effendi são comentários efetivos sobre os trabalhos das Figuras Centrais.
Infância[editar]

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Shoghi Effendi nasceu em 1 de março de 1897 em Akká, ao norte de Israel. Shoghi Effendi descendia do Báb através de seu pai, Mírzá Hádí Shírází, e descendia de Bahá'u'lláh através de sua mãe, Díyá'íyyih Khánum, a filha mais velha de ´Abdu'l-Bahá. Nos primeiros anos de sua vida, Shoghi Effendi foi extremamente influenciado por 'Abdu'l-Bahá, que providenciou muito para sua instrução na infância. Shoghi Effendi costumava orar em cada alvorecer por uma hora no quarto de seu avô e aprendeu várias orações o qual `Abdu'l-Bahá encorajava-o a entoar. Era também `Abdu'l-Bahá que insistiu que o nome dado à criança deveria ser "Shoghi Effendi", (" Effendi" significa "Senhor"), ao invés de ser simplesmente conhecido como "Shoghi", como sinal de respeito à ele.
Educação[editar]
Ele primeiro atendeu a uma escola francesa conhecida como Irmãos das Escolas Cristãs em Haifa, a seguir foi para uma outra escola católica em Beirute. Shoghi Effendi depois atendeu a Universidade Americana de Beirute nos seus últimos anos de ensino médio e seus primeiros anos de ensino superior. Relatava ser muito infeliz na escola e retornava freqüentemente em férias à Haifa para passar seu tempo com ´Abdu'l-Bahá. Durante seus estudos,e le mesmo dedicou-se ao domínio da língua inglesa - aderindo também os idiomas como o Árabe, Francês, Persa e o Turco que eram línguas o qual já falava fluentemente - para assim poder traduzir as cartas de `Abdu'l-Bahá e servir como seu secretário. Depois de estudar na Universidade Americana de Beirute, ele foi para a Universidade de Oxford no Reino Unido, onde se matriculou em Ciências Econômicas e Sociais, enquanto ainda aperfeiçoava suas habilidades de tradução.
Guardiania[editar]
`Abdu'l-Bahá escreveu estas tocantes palavras a respeito daquele que viria a sucedê-Lo após Sua morte em seu livro A Última Vontade e Testamento:
"Ó vós, fiéis amados de 'Abdu'l-Bahá! Incumbe-vos tomar o maior cuidado por Shoghi Effendi... Pois ele é, após 'Abdu'l-Bahá, o guardião da Causa de Deus... Quem não lhe obedecer, terá deixado de obedecer a Deus; quem dele se afastar, se terá afastado de Deus; e qualquer um que o negue estará negando ao Verdadeiro. Acautelai-vos para que ninguém interprete erroneamente estas palavras..."
Assim, 'Abdu'l-Bahá declarou explicitamente Sua escolha de um sucessor encarregado da liderança da comunidade bahá'í após Seu passamento. A Guardiania protegeu a unidade da Fé de Bahá'u'lláh, dando continuidade à linha de autoridade que passara de Bahá'u'lláh a 'Abdu'l-Bahá e agora repousava sobre os ombros de Shoghi Effendi-- também chamado por 'Abdu'l-Bahá, em Sua Última Vontade e Testamento, de "o Sinal de Deus".
Realizações principais[editar]
Durante seu ministério a religião Bahá'í tornou-se uma fé global. Desde a época de sua nomeação até sua morte, a Fé Bahá'í cresceu de 100.000 para 400.000 membros, e os países de respresentação foram de 35 para 250 países.
Por trinta e seis anos Shoghi Effendi desenvolveu a comunidade mundial Bahá'í e sua estrutura administrativa. Porque a comunidade Bahá'í era relativamente pequena e pouco desenvolvida quando ele assumiu a liderança da fé, reforçou e desenvolveu ela durante muitos anos até o ponto de onde era capaz de suportar a estrutura administrativa prevista por ´Abdu'l-Bahá. Sob a direção de Shoghi Effendi, as Assembléias Espirituais Nacionais foram formadas, e milhares de Assembléias Espirituais Locais progrediram, enquanto a Fé Bahá'í se espalhou em torno do globo.
Ele também nomeou 32 Mãos da Causa, vigiou a conclusão da superestrutura do santuário do Báb, apontou o Conselho Internacional Bahá'í em 1951, lançou a Cruzada de Dez Anos em 1953, e atuou como o representante oficial da Fé às autoridades legais da Palestina/Israel durante muitas tentativas dos Rompedores do Convênio tomarem a autoridade dele.
Escritos de Shoghi Effendi[editar]

Em sua vida, Shoghi Effendi traduziu para o inglês muitos dos escritos do Báb, Bahá'u'lláh e ´Abdu'l-Bahá, tão bem quanto textos históricos inestimáveis como Os Rompedores da Alvorada. Sua posição não é apenas aquele de um tradutor, mas era igualmente o intérprete designado e autorizado a interpretar os escritos bahá'ís. Suas traduções são conseqüentemente uma diretriz para todas as traduções futuras das escrituras bahá'ís.
O único livro atual que ele realmente escreveu foi A Presença de Deus em 1944 para comemorar o aniversário centenário da Fé Bahá'í. Ele também carregou uma volumosa correspondência de crentes de todas as partes do mundo. O número total estimado de cartas escritas por Shoghi Effendi supera mais de 30.000. Suas cartas aos indivíduos e assembléias foram compiladas em diversos livros que destacam-se como fontes significativas de literatura para os bahá'ís em torno do mundo.
Ele sempre assinou suas cartas simplesmente com "Shoghi". Em 1922, logo após tornar-se Guardião, pediu que fosse considerado como um "verdadeiro irmão", para ser mencionado em cartas ou endereços verbais sempre como Shoghi Effendi.