
- Para o edifício, veja Edifício da Casa Universal de Justiça
A Casa Universal de Justiça é a instituição máxima da Fé Bahá'í, que administra as questões internacionais da Fé. É composta de nove membros eleitos a cada cinco anos por um colégio eleitoral que abrange todos os membros de cada Assembleia Espiritual Nacional. É uma instituição legislativa com autoridade de suplementar e aplicar as leis de Bahá'u'lláh, como também exercer função judicial sendo a mais elevada da administração Bahá'í.
A Sede da Casa Universal de Justiça é em Haifa, Israel, no Monte Carmelo, aonde também residem seus membros. Estabelecido pelas escrituras de Bahá'u'lláh e ´Abdu'l-Bahá, foi eleita pela primeira vez em 1963 com a culminação do Plano de Dez Anos.
Os livros e documentos publicados pela Casa Universal de Justiça são considerados autoritativos e, portanto, as decisões legislativas são consideradas infalíveis pelos Bahá'ís.
Nota: Nos escritos Bahá'ís algumas vezes aparece escrito 'Casa Suprema de Justiça', 'Casa Internacional de Justiça', ou 'Casa Universal de Justiça'. Os bahá'ís atualmente referem-se como a 'Casa Universal de Justiça', sendo às vezes abreviado para 'Casa de Justiça'.
História[editar]
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No Kitáb-i-Aqdas, Bahá'u'lláh ordenou o estabelecimento da Casa de Justiça e definiu suas funções. Suas responsabilidades também são referidas em diversas outras Epístolas de Bahá'u'lláh.
´Abdu'l-Bahá, na sua obra A Última Vontade e Testamento, havia elaborado as suas funções e composição e definiu o método para a sua eleição. Ele primeiramente usou o termo "Casa Universal de Justiça" para distinguir o corpo supremo daquelas “Casas de Justiça” locais que seriam estabelecidas em cada comunidade. Shoghi Effendi, durante a sua vida, preparou a eleição da Casa Universal de Justiça, estabelecendo uma estrutura administrativa forte tanto a nível local como nacional.
Em 1951, Shoghi Effendi nomeou os membros para o Conselho Internacional Bahá'í, descreveu-o como uma Casa de Justiça internacional embrionária. Em 1961 o conselho foi mudado para um corpo eleito, com o voto de todos membros das Assembleias Espirituais Nacionais.
A primeira Casa Universal de Justiça foi eleita em Abril de 1963, seis anos após o passamento de Shoghi Effendi, por 56 Assembleias Espirituais Nacionais. A data da eleição coincidiu com a conclusão da Cruzada de Dez Anos, instituída por Shoghi Effendi, e também coincidiu com a celebração do centenário da declaração pública de Bahá'u'lláh no jardim de Ridván, em Abril de 1863.
Processo eleitoral[editar]
A Casa Universal de Justiça é eleita por voto secreto e maioria de votos em uma eleição de três estágios pelos bahá'ís adultos em todo o mundo. Ela é eleita sem indicações ou campanhas e todos os membros adultos do sexo masculino da Fé Bahá'í são elegíveis para a eleição para a Casa Universal de Justiça.
A instituição é eleita a cada cinco anos, durante uma convenção dos membros de diversas Assembleias Espirituais Nacionais e Regionais em todo o mundo. Existem atualmente 178 Assembleias Espirituais Nacionais (AEN) pelo mundo. Cada membro de Assembleia Nacional elege os nove membros que são eleitos para a Casa Universal de Justiça.
A eleição completa mais recente foi na primavera de 2003, quando 178 Assembleias Espirituais Nacionais e Regionais estavam em existência [1]. No dia 21 de março de 2005, no dia sagrado de Naw-Rúz, uma eleição foi realizada para substituir dois membros "que solicitaram para a Casa Universal de Justiça a permissão de renunciar o seu cargo devido a considerações de idade e por necessidades relacionadas a Fé ". [2]
As mulheres não são elegíveis para a eleição da Casa Universal de Justiça. 'Abdu'l-Bahá afirmou que a razão para isso será revelado no futuro, entranto declara que as mulheres e os homens são espiritualmente iguais. Para saber mais sobre este assunto ver a igualdade de gênero.
Responsabilidades[editar]
A própria Casa Universal de Justiça declara na sua constituição que "A proveniência, a autoridade, os deveres, toda a esfera de ação da Casa Universal de Justiça se deriva da palavra revelada de Bahá'u'lláh que, junto com as interpretações e as exposições de `Abdu'l-Bahá e de Shoghi Effendi… constituem os termos de referência obrigatórios da Casa Universal de Justiça e são a base de sua fundação." [3]
A Casa Universal de Justiça atualmente guia no crescimento e desenvolvimento da comunidade mundial Bahá'í. Uma de suas responsabilidades incluem:
- Promover as qualidades espirituais que caracterizam a vida Bahá'í individualmente e coletivamente
- Preservar os textos sagrados Bahá'ís
- Defender e proteger a comunidade mundial Bahá'í
- Preservar e desenvolver o mundo espiritual e administrativo do centro da Fé Bahá'í
- Encorajar o crescimento e o amadurecimento da comunidade Bahá'í
Além disso, a Casa Universal de Justiça é instruída por Bahá'u'lláh para exercer uma influência positiva no bem-estar geral da humanidade, para promover uma paz permanente entre as nações do mundo, assegurar o "treinamento dos povos, o progresso das nações, a proteção do homem e a proteção de sua honra." [4]
A Casa Universal de Justiça recebe o apoio das Assembleias Espirituais Nacionais e Locais da Fé Bahá'í. Além disso, criou diversas instituições apontadas para apoiar seu trabalho em torno do mundo; entre estes estão o Corpos dos Conselheiros Continentais e o Centro Internacional de Ensino.
Agências[editar]
A Casa Universal de Justiça nomeia e administra várias agências com funções específicas. Algumas delas são:
- Comunidade Internacional Bahá'í [5] CIB também administra várias agências:
- Agência de Internet Bahá'í [10]
- Biblioteca Bahá'í do Centro Mundial
- Centro de Estudos dos Textos Sagrados
- Escritório de Desenvolvimento Econômico e Social
Jurisdição[editar]
A Casa Universal de Justiça é responsável pela adaptação da Fé Bahá'í conforme o progresso da sociedade, e portanto, é dado o poder de legislar sobre questões não explicitamente citados nos textos sagrados bahá'ís. Embora a Casa Universal de Justiça está autorizada a alterar ou revogar a sua própria legislação, ela não pode desfazer ou alterar de qualquer uma das leis que estão explicitamente escritas nos textos sagrados.
- "... para a Casa Universal de Justiça foi investido a função de legislar sobre assuntos não expressamente tratados nos ensinamentos. A interpretação do Guardião, que funciona dentro de sua própria esfera, é tão autorizada e incondicional como é a legislação da Casa Universal de Justiça, a qual tem a prerrogativa, o direito exclusivo, de dar o parecer e a decisão final nos casos em que Bahá'u'lláh não revelou expressamente leis e ordenanças... nem o Guardião da Fé, ou qualquer outra instituição, a não ser a Casa Universal de Justiça, usurpar este poder vital, essencial, ou infringir este sagrado direito.." [1]
No mesmo livro, Shoghi Effendi menciona que certos assuntos foram deixados intencionalmente para a Casa de Justiça de aplicar e legislar conforme o passar do tempo.
- "Separada da instituição não menos essencial da Casa Universal de Justiça, este mesmo Sistema da Vontade de 'Abdu'l-Bahá seria paralisada em sua ação e seria incapaz de preencher essas lacunas que o Autor do Kitáb-i -Aqdas deliberadamente deixados no corpo de suas ordenanças legislativas e administrativas ". [2]
Ela é considerada como a Instituição Suprema do Poder "eleito", ao lado da Instituição Suprema do "nomeado", que é o Guardião da Fé Bahá'í. A Casa Universal de Justiça pode nomear e coordenar o Centro Internacional de Ensino e o Corpo Continental dos Conselheiros.
Localização[editar]
O Edifício da Casa Universal de Justiça está situado no Monte Carmelo, na cidade de Haifa, em Israel. A localização da Casa Universal de Justiça foi indicada por Bahá'u'lláh na Epístola do Carmelo.
Publicações[editar]
- A Promessa da Paz Mundial (1985).
- Declaração dirigida "Para os Povos do Mundo", apresentado a mais de 160 chefes de Estado e de governo. Ele descreve os pré-requisitos principais, assim como os obstáculos que trabalham contra o estabelecimento da paz mundial.
- Bahá'u'lláh (1992).
- Marca o centenário do falecimento de Bahá'u'lláh, sendo que esta declaração é uma revisão de sua vida e obra.
- Prosperidade da Humanidade (1995).
- Uma declaração sobre o conceito de prosperidade global no contexto dos ensinamentos bahá'ís.
- Século das Luz (2001).
- Revisão do século XX, com o foco em mudanças dramáticas e a emergência da Fé Bahá'í da obscuridade.
- Carta abordando a doença do ódio sectário. Exortando todos os movimentos religiosos para "subir além dos conceitos fixados herdados de um passado distante."
- Uma Fé em Comum (2005).
- Documento destinado principalmente para um público Bahá'í, que identifica como um grande desafio para a comunidade Bahá'í a proposta de adotar o princípio da unidade da religião e da superação de preconceitos religiosos
Membros atuais[editar]

Name | Elected |
---|---|
Farzam Arbab | 1993 |
Kiser Barnes | 2000 |
Firaydoun Javaheri | 2003 |
Paul Lample | 2005 |
Payman Mohajer | 2005 |
Gustavo Correa | 2008 |
Shahriar Razavi | 2008 |
Stephen Birkland | 2010 |
Stephen Hall | 2010 |
Membros ao longo dos anos[editar]

Os membros estão inscritos no ano em que foram eleitos pela primeira vez. Eles continuaram a servir após a eleição nas convenções subsequentes, até o nome de um membro recém-eleito aparecer na mesma linha. Eleições de todos os membros ocorre a cada 5 anos, nos anos que terminam com 3 e 8. Houve cinco por-eleições, em 1982, 1987, 2000, 2005 e 2010. Eles são marcados * aqui em itálico.
1963 | 1968 | 1973 | 1978 | 1982* | 1983 | 1987* | 1988 | 1993 | 1998 | 2000* | 2003 | 2005* | 2008 | 2010* |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Luṭfu’lláh Ḥakím | David Ruhe | Farzam Arbab | ||||||||||||
Amoz Gibson | Glenford Mitchell | Gustavo Correa | ||||||||||||
Charles Wolcott | Peter Khan | Stephen Hall | ||||||||||||
David Hofman | Hooper Dunbar | Stephen Birkland | ||||||||||||
Borrah Kavelin | Adib Taherzadeh | Kiser Barnes | ||||||||||||
Hugh Chance | Douglas Martin | Paul Lample | ||||||||||||
Hushmand Fatheazam | Hartmut Grossmann | Shahriar Razavi | ||||||||||||
Alí Nakhjavání | Firaydoun Javaheri | |||||||||||||
Ian Semple | Payman Mohajer | |||||||||||||
Experiência (Média Anos de Serviço, arredondado para o ano mais próximo.) | ||||||||||||||
0 | 4 | 9 | 14 | 17 | 17 | 19 | 14 | 13 | 18 | 19 | 13 | 9 | 9 | 5 |
Idade média (arredondado para o ano mais próximo.)[3] | ||||||||||||||
51 | 53 | 58 | 63 | 66 | 66 | 69 | 63 | 63 | 68 | 68 | 64 (Est.) | 60 (Est.) | 60 (Est.) | 56 (Est.) |
Amoz Gibson, Charles Wolcott, e Adib Taherzadeh faleceram enquanto serviam como membros. Os outros 13 ex-membros foram autorizados pela Casa a resignação, presumivelmente por razões pessoais de saúde e / ou de idade. Seis membros (Hakim, Kavelin, Hofman, Chance, Ruhe, e Khan) faleceram depois de se aposentarem, enquanto outros sete ex-integrantes ainda estão vivos, a partir de julho de 2011.
Links externos[editar]
Referências[editar]
- ↑ Effendi, Shoghi (1938). A Ordem Mundial de Bahá'u'lláh. Wilmette, Illinois, USA: Bahá’í Publishing Trust, pp. 150-153. ISBN 0-87743-231-7.
- ↑ Effendi, Shoghi (1938). A Ordem Mundial de Bahá'u'lláh. Wilmette, Illinois, USA: Bahá’í Publishing Trust, p. 148. ISBN 0-87743-231-7.
- ↑ Alguns membros recentemente eleitos estão com a data de nascimento indefinido. Foi posto a idade de 50 anos na primeira eleição a fim de obter estimativa.