‘Abdu’l-Bahá
‘Abdu’l-Bahá | |
![]() ‘Abdu’l-Bahá, o Centro da Causa | |
Nascimento | 'Abbás Núrí 23 de Maio de 1844 Teerã, Pérsia |
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Falecimento | 29 de Novembro de 1921 (77 anos) Haifa, Israel |
Nacionalidade | Persa |
Título(s) | O Mais Grande Ramo O Exemplo Perfeito Centro do Convênio |
Esposa(s) | Munírih Khánum (1873-1921) |
Filho(s) | Ḍiyá'iyyih Khánum, Túbá Khánum, Rúhá Khánum, Munavvar Khánum, (entre outros) |
Pais | Pai: Bahá'u'lláh Mãe: Navváb Khánum |
`Abdu'l-Bahá `Abbás Effendí (23 de maio de 1844 a 28 de novembro de 1921) conhecido como `Abdu'l-Bahá (Árabe: عبد البهاء), foi o filho mais velho de Bahá'u'lláh. Em 1892, `Abdu'l-Bahá foi escolhido por seu pai como Seu sucessor, sendo autorizado intérprete de Seus ensinamentos e intitulado como o 'Centro do Convênio' da Fé Bahá'í.
Vida de ‘Abdu’l-Bahá
Primeiros anos 1844-1892

‘Abdu’l-Bahá nasceu em Teerã, Pérsia (hoje Irã) no dia 23 de Maio de 1844 no mesmo dia em que o Báb declarou Sua missão. Ele recebeu o nome de 'Abbás, em homenagem ao Seu avô, Mírzá Buzurg Núrí. Sua mãe era Ásíyih Khánum, que pertencia a uma família nobre da Pérsia. Logo depois do nascimento de ‘Abdu’l-Bahá, Seu pai se tornou um membro destacado da Fé Babí o que estava prestes a mudar a vida da família de forma dramática. O evento mais memorável da infância de ‘Abdu’l-Bahá foi o aprisionamento de Seu pai no dia 15 de Agosto de 1852 por ordem do Xá, que tinha sofrido um atentado contra a sua vida. Dois babís revoltados com a execução do Báb, que confessaram terem planejado individualmente e contra a aprovação da comunidade babí o atentado no Xá, ainda teve como resultado resultou a perseguição de muitos babís e inclusive o aprisionamento de Bahá'u'lláh por ser um babí destacado na época. Os efeitos sofridos para a família foram catastróficos. Mesmo pertencendo a uma posição social nobre e elitista, sua casa foi confiscada e foram sujeitados a pobreza extrema. ‘Abdu’l-Bahá, que tinha apenas oito anos de idade, foi atacado nas ruas por outras crianças por ser um babí. Ele recorda Sua aflição na ocasião que viu Seu pai sendo levado para a prisão.
Depois de quatro meses Bahá'u'lláh saiu da prisão com ordem de exilamento. As condições da jornada até Bagdá em Março de 1853 eram severas ainda pela falta de alimentos e roupas quentes para viajar a pé na nevasca. A irmã de ‘Abdu’l-Bahá, Bahíyyih Khánum, relata que ‘Abdu’l-Bahá sofreu de hipotermia durante o trajeto o que afeto a sua saúde pela vida inteira. Em Bagdá, Bahá’u’lláh, decidiu que Ele não poderia permanecer em Bagdá por conflitos entre babís e com o propósito de não tomar parte de desunião da comunidade, decidiu partir de Bagdá no dia 10 de Abril de 1854, deixando Sua família em Bagdá. Quase por dois anos não se ouviu de Bahá'u'lláh, o que foi muito difícil para ‘Abdu’l-Bahá, que era bastante próximo de Seu pai. Eventualmente Bahá'u'lláh foi localizado e por pedido de ‘Abdu’l-Bahá retornou para Bagdá.

Um dos momentos mais importantes na vida jovem de ‘Abdu’l-Bahá's foram aqueles que Ele passou em Bagdá como criança e homem jovem. Ele lembra que passava muito de Seu tempo lendo as escrituras do Báb e sempre decorando elas. Sua educação foi dada pessoalmente na supervisão de Bahá’u’lláh. Ele também gostava de cavalgar a cavalo e freqüentava os círculos de estudos intelectuais de Bagdá. Enquanto ele tinha apenas dezessete anos de idade, Ele escreveu para 'Alí Shawkat Páshá um tratado sobre misticismo e a metafísica chamada Sharḥ-i Kuntu Kanzan Makhfiyan(Comentário na tradição islâmica: 'Eu era um Tesouro escondido. . .'), algo bastante notável para apenas jovem na época.
Durante o percurso de seu trajeto de Bagdá até Istambul, e posteriormente, para ambos Edirne e Akka, ‘Abdu’l-Bahá cada vez mais assumia o papel na assistência para Bahá'u'lláh, tomando responsabilidade para organizar muitas vezes na moradia e ajudando nas necessidades básicas de Bahá'u'lláh. Ele também gradualmente tomou responsabilidade nas relações entre da pequena comunidade exilada com o mundo afora. Foi Ele quem conseguiu ajudar Bahá'u'lláh a ser liberto das muralhas da cidade-prisão de `Akka em 1877. Ele pessoalmente atendeu todos os contatos incluindo oficiais do governo, e supervisionou e ficou encarregado da permissão para poder visitar Seu pai, especialmente com o crescente número de membros que vinham como peregrinos do Irã.
Primeiros anos de Seu ministério 1892-1911
Bahá'u'lláh faleceu no dia 29 de Maio de 1892. Em Suas obras como o Kitáb-i-Aqdas e a Epístola do Ramo, Bahá’u’lláh indicou que ‘Abdu’l-Bahá seria o sucessor. A sucessão ficou claramente detalhada e de forma inquestionável citada na Vontade e Testamento de Bahá'u'llah, o Livro do Convênio.
Com uma designação clara, parecia impossível alguém desafiar a autoridade de ‘Abdu’l-Bahá. Mírzá Muḥammad 'Alí, Seu meio-irmão, fez isso, acusando ‘Abdu’l-Bahá de exaltar Sua posição e disse que Ele estava achando que fosse um profeta com uma revelação de Deus. No entanto ‘Abdu’l-Bahá em inúmeras ocasiões negou a posição de profeta ou até de um profeta menor de um Manifestante de Deus e especificamente rejeitou as acusações daqueles que estavam se opondo a Ele, enquanto Mírzá Muḥammad 'Alí continuou a fazer calúnias contra ‘Abdu’l-Bahá. Anteriormente, Mírzá Muḥammad 'Alí aparentou ter tido sucesso e alguns bahá'ís chegaram a apoiá-lo. Este episódio de romper o Convênio, como foi descrito por ‘Abdu’l-Bahá, despertou a ira de Mírzá Muḥammad 'Alí especialmente na época de 1895 até 1905. Após, o resultado disso ficou claro de que muitos que apoiaram Mírzá Muḥammad 'Alí ou se arrependeram e retornaram para causa de ‘Abdu’l-Bahá ou deixaram a Fé Bahá'í.

Com o resultado de acusações contra ‘Abdu’l-Bahá feito por Mírzá Muḥammad 'Alí para as autoridades, as condições severas do aprisionamento de ‘Abdu’l-Bahá foram novamente introduzidas em Agosto de 1901. Então, em 1905, uma comissão do governo de inquérito chegou em Akka para analisar os depoimentos feitos por Mirzá Muhammad 'Alí. Essa foi uma época de grande perigo para ‘Abdu’l-Bahá, mas isso passou e essas acusações foram deixadas perdidos pela comissão do governo com as agitações políticas que estavam ocorrendo no tempo. Em 1908 ‘Abdu’l-Bahá foi libertado do aprisionamento, após o estabelecimento da nova Constituição Turca.
Os outros eventos importantes durante este período foi o crescimento de grandes comunidades bahá'ís na América do Norte e de alguns grupos Bahá'ís na Europa; a chegada do primeiro grupo de Bahá'ís ocidentais em `Akka no dia 10 de Dezembro de 1898 (outros rapidamente vieram); e o sepultamento dos restos mortais do Báb no santuário no Monte Carmelo.
Jornadas no Ocidente e os períodos de guerra (1911-1921/21)
Em Agosto de 1910, ‘Abdu’l-Bahá viajou para o Egito. Ele permaneceu no Port Said por um mês e depois partiu para Alexandria até Maio de 1911 quando Ele foi para Cairo. Em 11 de Agosto de 1911 Ele partiu de navio para Marselha, na França. Nessa viagem Ele visitou Londres, Bristol, e Paris, retornando para o Egito em Dezembro.
O ano seguinte Ele partiu para uma viagem mais. Ele partiu para Nova York em 25 de Março de 1912, chegando no dia 11 de Abril. Ele visitou outras cidades americanas como Chicago, Cleveland, Pittsburgh, Washington D.C., retornando para Nova York no dia 11 de Maio. Nos próximos meses Ele permaneceu em Nova York com visitas ocasionais para Boston, Philadelphia, e outras cidades menores incluindo a visita para a Conferência de Paz Lake Mohonk. Em Agosto Ele faz uma jornada, iniciando em Nova Hampshire e a Escola Green Acre em Maine e viajando para Montreal, Buffalo, Chicago, Kenosha, e Minneapolis. Ele viajou para o oeste, indo para San Francisco no início de Outubro. Na Califórnia Ele também visitou Oakland, Palo Alto, e Los Angeles antes de voltar para o leste no dia 26 de Outubro. Ele viajou para Chicago, Cincinnati, Washington D. C., e Baltimore para Nova York. No dia 5 de Dezembro Ele partiu de Nova York, chegando em Liverpool, na Inglaterra no dia 13 de Dezembro. De Liverpool Ele foi para Londres, onde Ele permaneceu de 21 de Janeiro de 1913 com vários trajetos para Oxford, Edinburgh, e Bristol. Em Paris, ‘Abdu’l-Bahá permaneceu dois meses antes de viajar para outras cidades européias como Stuttgart, Budapest, e Viena. Após outras seis semanas em Paris, Ele partiu para Marselha no dia 12 de Junho e partiu para Port Said o dia seguinte. De 13 de Junho até 2 de Dezembro Ele permaneceu no Egito e retornou para Haifa.
A Primeira Guerra Mundial iniciou no ano após do retorno de ‘Abdu’l-Bahá de suas viagens no Ocidente. Durante um tempo, ‘Abdu’l-Bahá moveu maior parte dos Bahá'ís da área de Haifa-Akka para o vilarejo Druze de Abú-Sinán, devido a ameaça do bombardeio das forças Aliadas na costa. Depois o perigo para a vida de ‘Abdu’l-Bahá foi reiniciado com as ameaças feitas pelo comandante turco Jamál (Cemal) Páshá. Houve uma grande fome na Palestina nessa época. Eventualmente o período de guerra e as forças britânicas puseram um final nas ameaças contra ‘Abdu’l-Bahá. Nos seus últimos anos de vida Ele testemunhou um grande número de visitantes e peregrinos por volta do mundo que vieram para Haifa para visitá-Lo. No dia 27 de Abril de 1920, Ele recebeu as honras do governo Britânico e recebeu título de cavaleiro, nomeador como Sir, graças ao Seus serviços humanitários combatendo a fome na Palestina. ‘Abdu’l-Bahá faleceu no dia 28 de Novembro de 1921 e teve seu enterro seguido por um grande público em seu funeral realizado em um dos quartos do Santuário do Báb no Monte Carmelo.
Realizações no ministério
Direção nos casos da Fé Bahá'í
Por quase trinta anos ‘Abdu’l-Bahá supervisionou pessoalmente quase todos os aspectos do crescimento e desenvolvimento da Fé Bahá'í. Ele tinha dois métodos principais para realizar isso. O primeiro era correspondência. ‘Abdu’l-Bahá escreveu pouco do que era referente para os Bahá'ís em geral, mas ao invés manteve um enorme volume de correspondências durante seu ministério, respondendo pessoalmente para um grande número de bahá'ís que pediam pela Sua guia. O segundo método era Seu contato pessoal com muitas centenas de peregrinos que via a cada ano. Assim Ele manteve uma supervisão numa base mais individual e próxima do desenvolvimento geral da Fé Bahá'í.
A maior comunidade bahá'í durante o ministério de ‘Abdu’l-Bahá era a do Irã. ‘Abdu’l-Bahá direcionou Seus esforços nesta comunidade, primeiro ao promover unidade dentro da comunidade e, segundo, ao encorajar o crescimento e desenvolvimento da comunidade. Em particular, Ele administrou o desenvolvimento social da comunidade: Ele encorajou os bahá'ís a criarem escolas e facilidades médicas, e promoveu o papel da mulher na comunidade. Ele também guiou o desenvolvimento institucional da comunidade, direcionando as Mãos da Causa e aconselhando no desenvolvimento das assembléias e comitês (veja Administração Bahá'í). Ele também deu instruções para a restauração da Casa do Báb em Shiraz.
A comunidade Bahá'í em Ashkhabad, no Turcomenistão, estava bastante livre para desenvolver a comunidade e a vida bahá'í de forma distinta e aberta. Ali ‘Abdu’l-Bahá encorajou os bahá'ís a desenvolverem várias instituições: escolas, clínicas, pousadas, bibliotecas e salas de leitura, e banhos público. Isso tudo resultou na construção, entre 1902 e 1919, da primeira Casa de Adoração Bahá'í no mundo. Com o encorajamento de ‘Abdu’l-Bahá, os bahá'ís de Ashkhabad conseguiram, o mais próximo possível de ter na época, a comunidade bahá'í ideal.
Entre as novas comunidades bahá'í na América do Norte, ‘Abdu’l-Bahá encorajou o crescimento e desenvolvimento de instituições como as assembléias espirituais locais e o Templo de Unidade Bahá'í o que logo se tornou a Assembléia Espiritual Nacional.
Supervisão da expansão da Fé Bahá'í
Uma das áreas de atividades que recebeu atenção grande de ‘Abdu’l-Bahá foi a expansão da Fé Bahá'í. Ele continuamente monitorou as atividades dos bahá'ís e frequentemente direcionou os instrutores bahá'í a viajarem para diversos países para promoverem a Fé Bahá'í. No início de Seu ministério, a Fé Bahá'í estava predominante no Oriente Médio e para quem era do exterior aparentava como uma mera seita perseguida do Islã. Até o final de Seu ministério, ‘Abdu’l-Bahá tem supervisionado essa transformação em uma religião que estava globalmente espalhada, com seguidores de diferentes origens religiosas e o respeito de um grande número de pessoas proeminentes no Oriente Médio, Europa, e América do Norte.
Um dos desenvolvimentos mais significantes durante o ministério de ‘Abdu’l-Bahá foi a expansão da Fé Bahá'í no Ocidente. Isso iniciou com a jornada de Ibrahim Kheiralla para os Estados Unidos da América em 1892. De 1894, em Chicago, Kheiralla começou a ensinar a Fé Bahá'í e a converter muitos membros. ‘Abdu’l-Bahá deu bastante prioridade a este serviço. Quando, em 1900, Kheiralla foi influenciado por Mírzá Muḥammad 'Alí a largar, ‘Abdu’l-Bahá mandou diversos bahá’ís experientes, como Mírzá Abu'l-Faḍl Gulpáygání, para o Ocidente para poder guiar e apoiar os bahá'ís americanos.
A contribuição mais importante no serviço de ‘Abdu’l-Bahá foram as Suas jornadas para o Ocidente. Através disso ele atraiu muitos membros para a Fé Bahá'í e encorajou os bahá'ís a redobrarem seus esforços para promoverem a religião. ‘Abdu’l-Bahá também providenciou um guia para as melhores maneiras de apresentar a Fé Bahá'í no Ocidente. Suas palestras publicadas no Esplendor da Verdade indica Seu interesse em apresentar a Fé em termos compreensíveis para os habitantes do Ocidente cristão. Em Suas palestras ao público no Ocidente, ‘Abdu’l-Bahá foi capaz de relacionar os ensinamentos bahá'í com os assuntos que eram preocupação social contemporânea.
No Irã ‘Abdu’l-Bahá encorajou os Bahá'ís a viajarem ao redor do país e ensinar a Fé Bahá'í. Em outras partes do Oriente Médio, Ele também encorajou a promoção da Fé Bahá'í, especialmente no Egito onde Mírzá Abu'l-Faḍl Gulpáygání estava ensinando na Universidade Al-Azhar, a instituição acadêmica mais conhecida do mundo islâmico.
Durante o ministério de ‘Abdu’l-Bahá, a Fé Bahá'í espalhou-se para a Áustralia, Nova Zelândia, China, Japão, África do Sul, América do Sul e as ilhas do Pacífico. Isso ocorreu por grande influência de dois fatores encorajados por ‘Abdu’l-Bahá: bahá'ís espalhando-se em outras partes do mundo e as viagens ao redor do mundo de um pequeno número de bahá'ís, que ajudaram a criar um sentimento de religião global. Ambos os fatores iriam alcançar um tamanho muito mais significativo durante o ministério de Shoghi Effendi.

Construção do Santuário do Báb
Uma das tarefas ordenadas para ‘Abdu’l-Bahá por Bahá'u'lláh era a construção de um edifício ideal para servir como um santuário dos restos mortais do Báb. Assim que Ele foi capaz de atingir este objetivo, ‘Abdu’l-Bahá deu as instruções para os restos mortais serem trazidos do Irã, sendo que os restos mortais tinham sido escondido. Depois de uma perigosa jornada, a chegada se realizou em 'Akka no dia 31 de Janeiro de 1899. Ao mesmo tempo, ‘Abdu’l-Bahá foi em busca de comprar a terra no Monte Carmelo e na construção de um edifício ideal. Estes planos foram adiados em 1901 quando Mírzá Muḥammad 'Alí fez a acusação para as autoridades do governo que o santuário era de fato uma fortaleza que ‘Abdu’l-Bahá estava construindo para preparar uma revolta. Mas eventualmente a estrutura já estava completa e uma das primeiras ações de ‘Abdu’l-Bahá quando Ele recebeu Sua liberdade foi sepultar os restos mortais do Báb no Santuário em 21 de Março de 1909.
Lidando com inimigos
‘Abdu’l-Bahá passou maior parte de Sua vida com inimigos de uma forma ou outra. Durante a vida de Seu pai, Seus inimigos principais eram fora da Fé Bahá'í, oficiais dos governos do Irã e da Turquia Otomana, e líderes religiosos que atacavam tanto os bahá'ís como os seus líderes. Para lidar com isso, ‘Abdu’l-Bahá tomou Seu exemplo de Seu pai. Ele primeiro tentava diretamente arranjar as pazes com a pessoa que cometeu a injustiça contra Ele. Se isto não fosse sucedido, Ele apelava a uma autoridade mais alta caso tivesse. Finalmente, se ainda não houvesse retificação, Ele algumas vezes buscaria um apelo geral. E se ainda não houvesse retificação, Ele iria preferir arcar com os sofrimentos da injustiça ao invés de causar uma instabilidade social. Esta era a maneira que ‘Abdu’l-Bahá lidava com oposição e Ele encorajava os Bahá'ís a seguirem este modelo.
A segunda principal forma de oposição era de pessoas que se diziam bahá'ís, os quais foram classificados por ‘Abdu’l-Bahá como rompedor do Convênio, sendo que qualquer oposição a Ele era uma oposição ao Convênio, o que foi estabelecido por Bahá'u'lláh. Uma dessas figuras mais significativas no ministério de ‘Abdu’l-Bahá foi o Seu meio-irmão Mírzá Muḥammad 'Alí. No período imediatamente após o falecimento de Bahá'u'lláh, ‘Abdu’l-Bahá manteve as ações de Seu meio-irmão como segredo, pois não estava disposto a publicar a desunidade da família; mas como as atividades Mírzá Muḥammad 'Alí ficaram mais evidentes e desafiadoras, ficou difícil para Abdu’l-Bahá prevenir que outros aprendessem com essas ações, especialmente os peregrinos. Em qualquer caso, Mírzá Muḥammad 'Alí expôs suas ações nas cartas que ele escreveu para o Irã por volta de 1896. ‘Abdu’l-Bahá então aconselhou aos bahá'ís para manterem contato com Mírzá Muḥammad 'Alí e seus seguidores no Irã e América do Norte. O tópico de "Firmeza no Convênio" tornou-se um grande tema nos escritos de ‘Abdu’l-Bahá.
A divisão na família e na comunidade, que manchou a imagem da Fé Bahá'í para muitos no público, a contínua invasão dos seguidores de Mírzá Muḥammad 'Alí na Mansão de Bahjí e seus insistente conflitos para controlar o Santuário de Bahá'u'lláh, tudo isso causou muita amargura pessoal para ‘Abdu’l-Bahá.
Relações com o governo e o público
‘Abdu’l-Bahá sempre procurou manter boas relações com as autoridades públicas em 'Akka e Haifa e com o governo. Com facilidade Ele era capaz de fazer isso, mas com o tempo diferenciava-se as relações, dependendo dos oficiais encarregados e das atividades dos rompedores do Convênio. Em geral, embora, ‘Abdu’l-Bahá era altamente respeitado pelas autoridades locais do governo em Akka e era frequentemente consultado quando surgiam decisões difíceis a serem feitos. Ele também era bastante respeitado pelas pessoas em geral de Akka, que O conheciam como um bem feitor, especialmente para os pobres e os necessitados da cidade.
Durante anos ‘Abdu’l-Bahá mantinha contato com muitas figuras intelectuais e reformadores da Turquia Otomana. Em Edirne Ele tornou-se um conhecido próximo do governador, Khurshíd (Hurid) Páshá, e do vice-governador, 'Azíz Páshá. Em 1878, quando Ele estava em Akka, ‘Abdu’l-Bahá foi convidado para Beirut. Lá Ele conheceu várias figuras importantes no movimento da reforma Otomana como Midḥat Páshá e Shaykh Muḥammad 'Abduh. Ele mantinha contato com eles e outros e fez Sua própria contribuição para a literatura dos movimentos de reforma do Irã e do Império Otomano na forma de dois livros O Segredo da Civilização Divina e Risáliy-i-Siyásiyyih.
Durante Suas jornadas para o Ocidente, ‘Abdu’l-Bahá conheceu várias pessoas destacadas: o arquidiácono Wilberforce de Westminister; Dr.T.K. Cheyne, Professor de Interpretação de Escrituras na Universidade de Oxford; Dr J. Estlin Carpenter, um pioneiro na área de comparativos com a religião; Sra. Annie Besant, presidente da Sociedade de Teosofia; a líder sufragista Sra. Emmeline Pankhurst; Lee McLung, Tesoureiro dos Estados Unidos; o Almirante Robert Peary da fama do Pólo Norte; o inventor do telefone Alexander Graham Bell; Dr David Starr Jordan, presidente da Universidade de Stanford; os filósofos Henri Bergson e John Dewey; o escritor Khalil Gibran; inúmeros embaixadores; e muitos outros. Praticamente de forma uniforme, estes indivíduos formaram uma opinião de alto nível referente a ‘Abdu’l-Bahá, e vários deles se tornaram apoiadores e torciam por um resultado positivo da Fé Bahá'í. Muitos iranianos e outros do Oriente Médio destacados também conheceram ‘Abdu’l-Bahá durante as Suas jornadas e formaram uma impressão favorável da Fé. Durante estas jornadas, ‘Abdu’l-Bahá foi entrevistado por diversos jornais e revistas e isso resultou em publicidade com um importante efeito no crescimento do prestígio pela Fé.
Escritos de 'Abdu'l-Bahá
A quantidade estimada de Epístolas escritas por 'Abdu'l-Bahá chega a 30.000, tendo sido uma parte traduzida para inglês, e dessa uma parte traduzida para português. Alguns livros, epístolas e palestras publicados de 'Abdu'l-Bahá:
- Palestras de 'Abdu'l-Bahá[1]
- Segredos da Civilização Divina[2]
- Seleção dos Escritos de 'Abdu'l-Bahá[3]
- Esplendor da Verdade[4]
- Epístolas do Plano Divino[5]
- A Última Vontade e Testamento[6]