Elizabeth Hopper
História da Fé Bahá’i no Arquipélago da Madeira - Pioneirismo em meados do século XX

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ELIZABETH G. HOPPER(8 de Abril de 1883 – 25 de abril de 1967).
Infância, Juventude e vida Académica
Miss Hopper nasceu em Hume, Nova Iorque. Era uma mulher ambiciosa e enérgica para a sua época. Com Bacharelato em Letras, da Universidade de Cornell, foi Diretora bibliotecária numa agência internacional para os Estados Unidos.
Introdução à Fé Bahá'í
O seu interesse na educação e novas ideias levou-a à Fé Bahá'í, que aceitou na juventude. Serviu a Fé com intensidade e devoção. Foi membro da Assembleia Espiritual dos Bahá'ís de Washington, por mais de vinte anos, servindo como secretária e para além disso ocupou várias posições em Comités locais e nacionais de ensino e publicações bahá’is.
Interesse no Pioneirismo Bahá’i
De aparência frágil, muito amável, dotada de uma grande força de vontade, muito generosa e profundamente leal à Fé e amigos quem muito amava. Entrou no serviço de pioneirismo nos seus anos mais avançados. Reformou-se em 1952, depois de muitos anos de serviço no seu ramo profissional, e instalou-se confortavelmente no seu apartamento em Washington. Em 1953, com quase 70 anos de idade, desejou levantar-se e responder ao emocionante e urgente apelo do Guardião por pioneiros, dirigido aos amigos de todas as idades e origens para levarem a Fé às áreas virgens do mundo. Com prontidão irresistível ofereceu-se para se instalar como pioneira nas áreas virgens das Ilhas da Madeira. Tal era sua determinação que em Setembro de 1953 desfez-se do seu apartamento, embalou seus haveres e fixou sua meta. Nesta aventura de pioneirismo, juntou-se a ela uma outra Bahá’i, Miss Ada Schott, que se voluntariou para formar assim uma equipa de ensino e criar uma nova comunidade.
Vinda para a Madeira
A 20 de Setembro de 1953, Elizabeth e Ada aterraram no Funchal, no principal aeroporto e cidade da Madeira, e comunicaram sua chegada. Os seus nomes foram acrescentados no mapa da Cruzada Mundial e foi-lhes assegurado que esta notícia deu grande alegria ao amado Guardião, à Assembleia dos Bahá’is dos Estados Unidos e aos Comités responsáveis pelos esforços de pioneirismo nas Ilhas mais afastadas das Costas de África.
Serviços pela Fé Bahá’i
Os primeiros meses daquele primeiro ano foram misericordiamente agradáveis para as duas pioneiras. Fizeram amigos, foram recebidas de forma atenciosa e ajudadas pelas pessoas e funcionários públicos daquela charmosa Ilha. Em 1956, após três anos de orações ardentes, mantendo pacientemente contactos e inúmeras reuniões, foram finalmente capazes de anunciar a declaração de três novos Bahá’is no Funchal. A alegria desta realização, trouxe novos problemas. Foram obrigadas a deixar a Ilha temporariamente até que pudessem obter seus vistos de residência. Depois, por circunstâncias pessoais, Mis Ada Schott teve que regressar aos Estados Unidos pelo que Elizabeth teve que ficar sozinha. Com 76 anos de idade, confrontada com o obstáculo da idade e sujeita às crises do desencorajamento, faz um apelo de ajuda por mais pioneiros e visitantes das Comunidades acessíveis, para poder dar continuidade ao trabalho de aprofundamento, fortalecer e ensinar os novos crentes e contactos. Chegou haver um fluxo encorajador de visitantes que vinham e ficavam por algum tempo o que dava grande alegria a Elizabeth. Ela mencionou-os todos de forma muito carinhosa: Mrs. Peggy True, Miss Trudy Eisenberg, Miss Katherine Meyer, Miss Elsie Austin, Mr. and Mrs. Valine, das Canárias, Mrs. Elizabeth Stamp, Mr. Missaghieh, entre outros. Os amigos tentaram ajudá-la fornecendo-lhe os nomes de alguns turistas que conheciam e que vinham à Ilha, mas o seu grande desalento era não haver pioneiros que se fixassem ali. Durante o período de 1956 e 1961, em que Elizabeth era a única pioneira residente, suas cartas e relatórios para o Comité dos Estados Unidos de África expunham uma descrição comovente sobre os problemas e situações pouco felizes que os pioneiros enfrentam. Eles são dignos de menção e reflexão porque vistos à distância ninguém pode compreender o que isso significa nem qual o seu impacto. Quando o avanço dos trabalhos de ensino é lento e a área inóspita, o pioneiro tem que lutar constantemente contra o desânimo e a solidão. Elizabeth enfrentou e combateu esta luta sozinha. Havia, também, um esforço constante de comunicação numa língua que não dominava, bem como barreiras subtis cujas diferenças culturais poderiam prejudicar a compreensão e a confiança. Elizabeth afligia-se profundamente pela “expulsão espiritual” que encontrava quando trabalhava energicamente em dar a mensagem redentora. Ao mesmo tempo tinha que lidar com o conflito e confusão que podiam resultar de situações e atitudes dos crentes, reprovadas, para defender os padrões morais e as responsabilidades da Fé Bahá’i. Apenas uma vez, durante o período de solidão, entrou em angústia. Numa carta dirigida a uma sua amiga muito querida escreveu sobre sua solidão e desespero e perguntava se noutro lugar poderia ter melhores resultados. Mas, na mesma carta, demonstrava sua força de espírito em se corrigir ela própria, ao escrever:”… e depois tenho que me lembrar que a Madeira está no Plano Divino e o Guardião quis uma assembleia ali.” Neste período de testes aconteceram duas experiências maravilhosas: ela pode assistir ao Maior Jubileu em Londres e receber permissão de peregrinação à Terra Santa. Estas experiências não só a deixaram muito feliz como serviram de aprendizagem sobretudo ao ver a devoção dos amigos que servem no Centro Mundial. Em 1961 chegou um novo pioneiro, Sr. Joseph Kubik, que ficou por seis meses, e uma família Bahá’i das Canárias. Houve várias atividades por alguns meses mas depois Elizabeth voltou a ficar sozinha. Em 1963, com 80 anos de idade e com problemas de audição, foi aconselhada pelos amigos a regressar aos Estados Unidos. Mas ela teve a coragem de responder: “não, meus queridos, não quero voltar, embora reconheça que as coisas estejam a piorar.” O seu consolo era pensar o quão o Guardião valorizava a firmeza dos crentes e na sua relutância em remover do mapa de sua Cruzada o nome de uma área fixada. Ela sabia que se permanecesse e preservasse o seu posto de pioneira, a Madeira iria ficar sempre com a identificação Bahá’i. Em 1961, Elizabeth recebeu a maior alegria. Ela sentiu que seu fim estava perto. Uma amiga Bahá’i, Mrs. Isabel Horton, chegou para ficar com ela até ao fim dos seus dias prestando-lhe, assim, ajuda necessária para salvar e preservar toda a documentação, literatura e material Bahá’i que ela tinha acumulado ao longo de sua vida. Elizabeth morreu serena sabendo que tinha sido fiel à sua responsabilidade como pioneira e que o seu corpo, cansado, iria ficar naquela ilha que escolheu. Talvez ela tenha encontrado aquela radiante “Mensageira de Alegria” confiante na promessa de Bahá’u’lláh.
Referências[editar]
- The Baha'i World 1963-1968 (Volume XIV) Hardcover – 1974 – pages 311 -313
by Baha'i World Centre Haifa (Author)