Assembleia Espiritual Nacional
As Assembleias Espirituais Nacionais foram pela primeira vez mencionadas explicitamente no A Última Vontade e Testamento de ´Abdu'l-Bahá, apesar de já terem vindo a ser estabelecidas anos antes da obra ser publicamente disponível em 1922. Em 1909, Hippolyte Dreyfus escreveu extensamente sobre o papel da Casa de Justiça nacional (era assim que era conhecidas anteriormente) na sua obra A Religião Universal: Bahaísmo, Sua Ascensão e Importação Social.[1] Nesse ano, também, os Bahá'ís dos Estados Unidos e Canadá elegeram nove membros do “Comitê Executivo” para o Templo Bahá'í de Unidade, um corpo conciliar continental formado para construir a Casa de Adoração Bahá'í em Wilmette, Illinois, um distrito em Chicago. Subsequentemente o Templo Bahá'í de Unidade, que organizava eventos anuais, nomeou comitês para a publicação da literatura Bahá'í, coordenando a propagação da Fé Bahá'í na América do Norte, e revisando as publicações Bahá'ís visando maior precisão. Até ao tempo do falecimento de `Abdu'l-Bahá em Novembro de 1921, o Templo Bahá'í de Unidade funcionava como um corpo coordenador Bahá'í "nacional".
Em uma carta datada de 5 de Março de 1922 para os Bahá'ís do mundo, Shoghi Effendi pedia a eleição das Assembleias Espirituais Locais, convidando-os para a eleição “indireta” de Assembleias Espirituais Nacionais. Ele também enumerou os comitês que as Assembleias Espirituais Nacionais deveriam possuir, a fim de cumprir as suas responsabilidades. Essa eleição "indireta" referia-se ao processo mencionado n'A Última Vontade e Testamento de `Abdu'l-Bahá, na qual os Bahá'ís elegeriam um ou mais delegados de cada localidade, que os representaria em uma Convenção Nacional, participando na eleição dos nove membros da respectiva Assembleia Espiritual Nacional.
O volume de 1938 de Bahá'í World listou nove Assembleias Espirituais Nacionais: Pérsia (Irã); Estados Unidos e Canadá; Alemanha; Reino Unido e Irlanda; Índia e Burma; Egito; Turquistão; Cáucaso; e Iraque. Destes, o conselho do Irã era ainda a "Assembleia Espiritual Central", em Teerã, eleitos pelos Bahá'ís daquela comunidade; até 1934 uma lista de membros pode ser elaborada o que permitiu a eleição dos delegados e a reunião de uma convenção nacional inteiramente representativa. Por volta de 1953 o número de Assembleias Espirituais Nacionais ao redor do mundo aumentou para 12; em 1963, 56; em 1968, 81, em 1986, 168; em 2001, 182.
Uma parte importante do processo foi o estabelecimento das Assembleias Espirituais Nacionais "regionais". Assim, em 1951 toda a América do Sul elegeu uma única Assembleia Espiritual Nacional, mas em 1963 quase todas as nações nesse subcontinente tinham a sua própria Assembleia.
As Assembleias Espirituais Nacionais ainda estão sendo formadas à medida que determinadas áreas do mundo vão alcançando liberdade religiosa. Algumas Assembleias Espirituais Nacionais foram formadas em áreas menores que uma nação: no Estados Unidos da América, por exemplo, o Alaska, o Havaí e o Porto Rico têm os seus respectivos conselhos “nacionais” devido ao fato de serem geograficamente separados dos outros quarenta e oito estados; a ilha italiana da Sicília, assim como o arquipélago espanhol das Canárias possuem as suas próprias Assembleias tendo em conta que Shoghi Effendi esclareceu que as ilhas principais como também no Caribe devem eleger Assembleias Espirituais Nacionais independentes.
À semelhança das Assembleias Espirituais Locais, todas as Assembleias Espirituais Nacionais possuem nove membros e são eleitos anualmente, normalmente durante o Festival de Ridván (Abril 21-Maio 2). Todas as eleições Bahá'ís ocorrem em uma atmosfera de oração onde as nomeações, a campanha, e toda a disputa entre as pessoas são proibidas.
Os membros das Assembleias Espirituais Nacionais servem coletivamente para a eleição da Casa Universal de Justiça, a autoridade máxima da Fé Bahá'í, formada pela primeira vez em 1963.
Veja também[editar]
Referências[editar]
- ↑ Hippolyte Dreyfus, The Universal Religion: Bahaism, Its Rise and Social Import (London: Cope and Fenwick, 1909), 126-51.